O fenómeno das poeiras e as implicações na qualidade do ar que respiramos

Opinião

O fenómeno das poeiras e as implicações na qualidade do ar que respiramos

Por Engº Luís Rente

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Já não é novidade que os fenómenos naturais, em concreto das poeiras, tendem a acontecer cada vez mais regularmente e o Homem é, talvez, o maior influenciador destes acontecimentos – o desmatamento e o aquecimento do planeta são as principais causas para que eventos como este se venham a tornar mais comuns ao longo dos próximos anos.

Os aerossóis de partículas são, por norma, originários de regiões semiáridas em consequência da erosão contínua do solo que é produzida pelos ventos. No entanto, o forte aquecimento das zonas desertas também tem a sua quota parte neste problema uma vez que, e durante o período noturno, produz turbulências térmicas verticais que podem atingir altitudes de cerca de 5km, seguidas por períodos subsequentes de estabilidade noturna.

Os fenómenos naturais, em concreto das poeiras, tendem a acontecer cada vez mais regularmente e o Homem é, talvez, o maior influenciador destes acontecimentos

Neste sentido, faz-se a reutilização das grandes quantidades de aerossóis de partículas que são produzidas e até transportadas a longas distâncias por diversos mecanismos diferentes. Aposta-se que, cerca de 40% da massa aerossol emitida na troposfera é atribuída ao pó do deserto sendo, atualmente, considerada a segunda maior fonte de aerossóis naturais, após o sal marinho.

Quanto à qualidade do ar, ou melhor dizendo à falta dela, o impacto que estes fenómenos apresentam depende não só da intensidade como da quantidade de partículas inaláveis presentes na superfície, o que significa que quando o mecanismo de transporte das massas de ar está associado a circulações sem ocorrência de precipitação, a presença destas sobre uma região poderá ser a causa da fraca qualidade do ar que respiramos.

Aposta-se que, cerca de 40% da massa aerossol emitida na troposfera é atribuída ao pó do deserto sendo, atualmente, considerada a segunda maior fonte de aerossóis naturais, após o sal marinho.

Segundo o IPMA, por exemplo, “as poeiras estão normalmente acima da superfície”, porém concentrações mais densas poderão levá-las para níveis mais baixos da atmosfera, provocando “implicações na qualidade do ar e possíveis impactos na saúde”. Posto isto, e uma vez que o ar interior deriva, essencialmente, do ar do meio ambiente é de esperar que estes eventos influenciem os níveis de partículas presentes no interior dos espaços.

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Quanto à qualidade do ar, ou melhor dizendo à falta dela, o impacto que estes fenómenos apresentam depende não só da intensidade como da quantidade de partículas inaláveis presentes na superfície

Passamos a maior parte do nosso tempo nas nossas casas, locais de trabalho ou zonas comerciais e de lazer, pelo que assegurar uma boa qualidade de ar nestes espaços é fulcral para a saúde e bem-estar de quem usufrui dos mesmos. É por isso necessário efetuar-se uma regular monitorização dos parâmetros que definem a boa qualidade do ar interior, ou seja, da concentração dos poluentes atmosféricos, por forma a definir condições adequadas de ventilação e renovação do ar interior e, assim garantir a existência de meios salubres para os seus ocupantes.

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Diretor Geral Innovair

Este texto é publicado no âmbito de uma parceria entre o Viral e o jornal especializado Health News.

7 Jul 2022 - 09:00

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